POR KEYLLEN NIETO
Esta extrovertida atriz paulistana é reta e direta. Sem rodeios, declara-se de mente e lugar abertos, fora dos padrões para uma mulher judia. Apaixonada pelo teatro e pela poesia, Paula vive a vida de forma intensa e se autodeclara “normopata”, desafeta às normas e, por tanto, sente que vive em estado alterado de consciência produzido pela liberdade. Expressa seu espanto pelo fato do ser humano não saber ainda lidar com a morte, de não estarmos preparados para ela, porque isso significa o quão despreparados estamos para a vida mesma.
Paula vê poesia no Brasil, nos tambores, na batida característica do país, no requebrado e no jeito solto e entregue do brasileiro. Enfatiza que sua criação foi provista de muita liberdade para a imaginação, o que favoreceu sua inclinação pela atuação primeiro e pela poesia depois. “A poesia está no mistério, na alquimia do texto, é o milagre de atuar, é absoluta e dramática e te leva para qualquer lugar”, declara com profunda emoção.
A leitura, diz, combate o esvaziamento do sentido e o empobrecimento da vida e das palavras. A arte constitui-se, então, como forma de iluminação e regate da vida como ato de constante criação.